Descobertas do mês de Janeiro
Atividade Social pode atrasar demência em cinco anos – 31 de janeiro de 2025
Pesquisa do Rush University Medical Center revela que idosos socialmente ativos têm 38% menos risco de demência e podem atrasar seu início em até cinco anos.
➤ ACESSE AQUI
Detalhes do estudo
Publicado em 31 de janeiro de 2025, o estudo conduzido pelo Rush University Medical Center acompanhou 1.923 adultos (idade média de 80 anos), livres de demência ao início, por aproximadamente cinco anos. Foi avaliado o envolvimento em até seis tipos de atividades sociais (como jantar fora, viagens e voluntariado) usando questionários e testes cognitivos anuais.
Participantes mais ativos socialmente apresentaram 38% menos risco de demência e 21% menos risco de comprometimento cognitivo leve, em comparação aos menos ativos.
Aqueles com menor participação social desenvolveram demência em média cinco anos antes dos mais ativos.
Esse atraso no início da demência pode adicionar cerca de três anos extras de vida com funções cognitivas preservadas e resultar em economia de até US$ 500.000 em custos de cuidado por pessoa ao longo da vida.
A atividade social se comporta como um potente fator protetor, fortalecendo circuitos neurais por meio de interações complexas, o que pode atrasar significativamente o aparecimento do Alzheimer.
Fomentar programas comunitários que incentivem a socialização na terceira idade pode ser uma estratégia eficaz de saúde pública para reduzir a incidência de demência e seus custos associados.
Início de ensaio clínico do NHS com teste sanguíneo para demência – 29 de janeiro de 2025
Projeto "Blood Biomarker Challenge" no Reino Unido visa diagnosticar demências, incluindo Alzheimer, através de análise de biomarcadores como p‑tau217. Mais de 3.000 participantes já foram incluídos.
➤ ACESSE AQUI
Detalhes do estudo
Em 30 de janeiro de 2025, a Alzheimer’s Society anunciou que o estudo READ‑OUT, parte do programa Blood Biomarker Challenge, aceitou seus primeiros participantes no Warneford Hospital em Oxford. A iniciativa envolverá 3.100 pessoas em 28 locais do Reino Unido, incluindo clínicas de memória e unidades móveis, para avaliar testes de sangue que detectam biomarcadores como p‑tau217, visando diagnosticar Alzheimer e outros tipos de demência e suas fases iniciais.
Avaliar se medir biomarcadores no sangue, como p‑tau217, pode aumentar a taxa de diagnósticos em comparação com os métodos tradicionais (PET, punção lombar), especialmente em estágios precoces e em populações diversas (e.g. etnias, comorbidades) .
O teste sanguíneo é mais acessível, rápido e menos invasivo, com potencial para ampliar o número de pessoas diagnosticadas — atualmente um terço dos casos permanece sem diagnóstico no Reino Unido — possibilitando acesso a cuidados e tratamentos emergentes.
A etapa inicial do READ‑OUT marca um passo importante para a implementação de testes sanguíneos na prática clínica do NHS, com o objetivo de torná-los disponíveis nos próximos 5 anos. Se confirmado, esse avanço pode revolucionar o diagnóstico de demência, proporcionando identificação mais rápida, precoce e precisa, e preparando o terreno para tratamentos inovadores como o lecanemabe e donanemabe.
Antibióticos, antivirais e vacinas podem ajudar a combater a demência – 21 de janeiro de 2025
Estudo conjunto da Cambridge e Exeter aponta que medicamentos existentes podem reduzir o risco de demência, incluindo Alzheimer, sugerindo caminhos rápidos para terapias.
➤ ACESSE AQUI
Detalhes do estudo
Analisar dados de 14 estudos envolvendo mais de 130 milhões de pessoas para investigar a associação entre o uso de antibióticos, antivirais, vacinas e medicamentos anti-inflamatórios com o risco de demência. Identificou-se que o uso de antibióticos, antivirais, vacinas e medicamentos anti-inflamatórios estava associado a um risco reduzido de demência.
Potencial para repurposing de medicamentos: A pesquisa sugere que medicamentos já aprovados para outras condições podem ser utilizados para tratar ou prevenir a demência, acelerando o desenvolvimento de terapias eficazes.
Implicações para a saúde pública: Com o número de pessoas afetadas pela demência previsto para quase triplicar até 2050, a identificação de tratamentos eficazes é crucial para enfrentar esse desafio global.
O estudo destaca a importância de explorar o uso de medicamentos existentes no combate à demência, oferecendo uma via mais rápida e econômica para o desenvolvimento de tratamentos eficazes. No entanto, é necessária mais pesquisa para confirmar esses achados e entender os mecanismos subjacentes.
Xenônio mostra potencial terapêutico em camundongos com Alzheimer – 16 de janeiro de 2025
Pesquisa publicada em Science Translational Medicine indica que a inalação de xenônio reduz inflamação cerebral e melhora a função cognitiva em modelos animais.
➤ ACESSE AQUI
Detalhes do estudo
Em 16 de janeiro de 2025, pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital em Boston publicaram dados na Science Translational Medicine mostrando que inalar xenônio — um gás incolor, inodoro e insípido — em ratos com modelo de Alzheimer reduziu a inflamação cerebral, preveniu perda neuronal e melhorou a função cognitiva (como construção de ninhos) via ativação protetora da microglia.
Baseados nesses achados, planeja-se iniciar em breve um ensaio clínico em humanos para verificar segurança e eficácia, aproveitando a capacidade do xenônio de atravessar a barreira hematoencefálica.
A microglia, células imunológicas do cérebro, ativadas pelo xenônio, foram capazes de limpar placas de β‑amiloide e reduzir inflamação, abordando aspectos centrais da patologia do Alzheimer.
O fato de o xenônio cruzar facilmente a barreira hematoencefálica oferece uma vantagem significativa sobre tratamentos tradicionais que não alcançam o cérebro com eficácia.
O uso de xenônio representa um método inovador e promissor para modular o sistema imunológico cerebral e proteger neurônios, com potencial de alterar o curso do Alzheimer.
Se o ensaio clínico humano comprovar os resultados pré-clínicos, o xenônio poderá abrir uma nova classe de terapias para doenças neurodegenerativas.
Novo teste de sangue para detectar Alzheimer em fase inicial – 08 de janeiro de 2025
Estudo da NYU Langone Health mostra que níveis reduzidos de acetil‑L‑carnitina e carnitina livre são potenciais biomarcadores, com precisão diagnóstica acima de 90%.
➤ ACESSE AQUI
Detalhes do estudo
O estudo, liderado por pesquisadores do NYU Langone Health, analisou os níveis sanguíneos de acetil‑L‑carnitina e carnitina livre em pessoas com comprometimento cognitivo leve (MCI) ou Alzheimer em diferentes estágios clínicos. O objetivo foi testar se esses metabólitos naturais poderiam servir como biomarcadores para diagnóstico precoce, descobrindo que as concentrações caíram gradualmente conforme o declínio cognitivo avançava, com diferenças mais marcantes em mulheres que em homens.
Em mulheres, os níveis de ambos os compostos caíram consistentemente desde estágios leves até Alzheimer avançado; em homens, apenas a acetil‑L‑carnitina mostrou queda, sinalizando uma disparidade de gênero na patologia.
Quando combinados com marcadores clássicos (β‑amiloide e tau no líquor), esses biomarcadores de sangue elevaram a acurácia diagnóstica de ~80 % para até 93 %, sugerindo que podem auxiliar em uma triagem confiável fora do ambiente hospitalar.
A pesquisa oferece forte evidência de que níveis reduzidos de acetil‑L‑carnitina e carnitina livre no sangue podem ser indicativos precoces do Alzheimer, especialmente em mulheres, e podem funcionar como biomarcadores não invasivos de alta precisão.
Essa descoberta pode acelerar o diagnóstico precoce e permitir intervenções terapêuticas antes do aparecimento de sintomas graves.