Descobertas do mês de Julho
Estudo identifica 4 padrões de saúde que podem prever o Alzheimer – 29 de julho de 2025
O estudo de 29 de julho de 2025 identificou quatro padrões de saúde, como ansiedade e hipertensão, que podem preceder o Alzheimer. Esses padrões ajudam a prever o risco da doença e orientar intervenções precoces.
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Detalhes do estudo
Pesquisadores da UCLA analisaram registros médicos de 24.473 pessoas e identificaram quatro padrões distintos de evolução de problemas de saúde que costumam anteceder o diagnóstico da doença de Alzheimer. Esses padrões incluem sequências específicas de condições médicas, como ansiedade e hipertensão, que aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
Reconhecer esses padrões permite a identificação precoce de indivíduos em risco, possibilitando monitoramento intensificado e intervenções preventivas antes do surgimento de sintomas cognitivos graves.
O estudo sugere que a análise de padrões médicos anteriores pode ser uma ferramenta eficaz para prever o desenvolvimento do Alzheimer e orientar estratégias de prevenção.
Teste de sangueajudar a detectar Alzheimer – 14 de julho de 2025
O estudo de 14 de julho de 2025 avaliou testes sanguíneos capazes de detectar Alzheimer precocemente. Apesar de promissores, eles ainda precisam de validação clínica antes de uso generalizado.
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Detalhes do estudo
Pesquisadores avaliaram novos testes sanguíneos capazes de detectar marcadores associados ao Alzheimer, analisando sua sensibilidade e confiabilidade em comparação aos métodos tradicionais de diagnóstico.
Esses testes oferecem potencial para diagnóstico precoce da doença, permitindo intervenções terapêuticas antecipadas e acompanhamento mais eficiente, embora ainda precisem de confirmação clínica.
Os testes sanguíneos para Alzheimer são promissores como ferramenta de triagem, mas necessitam de validação adicional antes de serem adotados na prática clínica de forma generalizada.
Grupo investiga biomarcadores para a detecção precoce da doença de Alzheimer – 10 de julho de 2025
Em 10 de julho de 2025, pesquisadores da UFSCar identificaram a proteína ADAM10 como potencial biomarcador para detecção precoce do Alzheimer. O estudo aponta que níveis elevados da proteína no sangue podem ajudar a diferenciar tipos de demência.
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Detalhes do estudo
Pesquisadores da UFSCar investigaram biomarcadores para detecção precoce do Alzheimer e identificaram que níveis elevados da proteína ADAM10 no sangue estão associados a indivíduos com a doença, analisando 85 participantes com comprometimento cognitivo.
A identificação da ADAM10 como biomarcador permite diagnóstico mais precoce e potencialmente diferencia Alzheimer de outras demências, facilitando intervenções terapêuticas mais eficazes.
O estudo sugere que medir ADAM10 no sangue pode ser uma ferramenta promissora para detecção precoce do Alzheimer e melhoria do acompanhamento clínico dos pacientes.
World Alzheimer Report 2025 (prévia) – 09 de julho de 2025
A Azheilmer´s Disease International divulgou o tema do relatório 2025: ''Reabilitação da demência'', que será lançado em setembro, e está coletando estudos de caso globais.
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Detalhes do estudo
O World Alzheimer Report 2025 abordará o tema da reabilitação na demência, explorando como o conceito é definido e implementado, além de considerar como adaptar práticas de reabilitação para pessoas com demência em diferentes contextos. O relatório será publicado em setembro de 2025, em colaboração com a Universidade de Exeter e a Universidade de Sydney.
A reabilitação na demência é essencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas, promovendo sua autonomia e bem-estar. Este relatório visa fornecer diretrizes práticas para profissionais de saúde e cuidadores, especialmente em países de baixa e média renda, onde os recursos para cuidados de demência são frequentemente limitados.
O World Alzheimer Report 2025 destaca a importância da reabilitação na demência como uma abordagem fundamental para o cuidado das pessoas afetadas. Ao fornecer evidências e orientações práticas, o relatório busca apoiar a implementação de estratégias de reabilitação eficazes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e inclusão social das pessoas com demência.
Atualização de Ensaio Clínico ALZ-801 (fase inicial) – 08 de julho de 2025
Foco: Investigação do medicamento ALZ-801 em pacientes com Alzheimer precoce.
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Detalhes do estudo
O estudo APOLLOE4-LTE é uma extensão de longo prazo de um estudo clínico de fase 3 que avaliou o ALZ-801 em pacientes com Alzheimer precoce que possuem o genótipo APOE4/4. Participaram pacientes que completaram o estudo inicial, que foram tratados com ALZ-801 por 104 semanas, com acompanhamento adicional de segurança por 4 semanas. O foco foi avaliar a segurança, eficácia e efeitos em biomarcadores da doença.
Pacientes com o genótipo APOE4/4 têm risco aumentado e progressão mais rápida do Alzheimer. Este estudo avalia um medicamento promissor que atua na fase precoce da doença, buscando desacelerar seu avanço e melhorar a função cognitiva. O acompanhamento dos biomarcadores e das funções cognitivas pode ajudar a entender melhor o efeito do ALZ-801 em um grupo genético de alto risco.
O ALZ-801 representa uma potencial terapia modificadora da doença para Alzheimer precoce em pacientes APOE4/4. Os resultados de longo prazo desse estudo de extensão fornecem evidências importantes para o desenvolvimento de tratamentos personalizados. O foco está na segurança, eficácia e monitoramento dos biomarcadores da doença.
Nova análise de biomarcador p‑tau217 em sangue – 07 de julho de 2025
Estudo do Sant Pau Research Institute confirma que níveis de p‑tau217 no plasma prevêm a progressão clínica do Alzheimer, mesmo em fases iniciais, com acompanhamento de até 10 anos.
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Detalhes do estudo
A pesquisa fez parte da coorte SPIN (Sant Pau Initiative on Neurodegeneration), acompanhando 731 pessoas, com ou sem declínio cognitivo, por cerca de 10 anos. Os níveis de p‑tau217 aumentam progressivamente desde estágios pré-clínicos até estágios avançados de demência. Esse marcador revelou ser mais preciso que o p‑tau181 (normalmente usado em fluido cerebroespinhal), tanto na identificação da doença como na previsão de sua evolução.
As técnicas tradicionais (punção lombar e PET scan) são invasivas ou caras. O p‑tau217 plasmático oferece uma alternativa acessível, não invasiva e eficaz. Permite triagem precoce: identificar pessoas ainda sem sintomas, mas com risco elevado de desenvolver Alzheimer no médio prazo, o que é útil em ensaios clínicos de tratamentos modificadores de doença. Na prática clínica, esse exame de sangue auxiliaria na personalização do tratamento, especialmente à luz dos novos medicamentos que atuam precocemente (como anticorpos anti‑amiloide).
O p‑tau217 sanguíneo representa um grande avanço rumo a uma medicina mais precisa e personalizada para o Alzheimer, permitindo diagnóstico precoce, monitoramento da progressão e seleção de pacientes ideais para tratamento e ensaios clínicos.
Lecanemab: dados de 3 anos no CTAD – 07 de julho de 2025
Evidências de benefícios contínuos no tratamento do Alzheimer.
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Detalhes do estudo
Dados de 3 anos de tratamento contínuo com lecanemab mostram benefício crescente para pacientes com Alzheimer precoce, com melhora de aproximadamente –0,95 pontos no CDR‑SB comparado à população natural do ADNI após 36 meses. Os pacientes do subgrupo com tau baixo ou inexistente tiveram 59% de melhora ou estabilidade, e 51% melhoraram no CDR‑SB após 3 anos. Para o grupo com baixo amilóide cerebral (<60 Centiloids), 46% mostraram melhora ou estabilidade e 33% apresentaram melhora no CDR‑SB; a escala ADAS‑Cog14 registrou 46% de melhora/estabilidade e 43% de melhora; similar resultado no ADCS MCI‑ADL (51% estabilidade, 48% melhora).
O início precose do tratamento está associado a maior benefício clínico, com efeito prolongado e significativo ao longo do tempo. Não foram observados novos problemas de segurança com o uso contínuo por 3 anos; as anomalias relacionadas à imagem (ARIA) ocorreram principalmente nos primeiros 6 meses e depois se estabilizaram, com níveis semelhantes aos do placebo. Pacientes com genótipo ApoE4 homozigotos apresentaram mais ARIA inicialmente, mas a taxa diminuiu com o tempo e não houve aumento após os 18 meses iniciais.
Mesmo após eliminação de placas de amilóide, os biomarcadores continuam a mostrar impacto positivo, incluindo melhora no rácio Aβ42/40, p‑tau181, p‑tau217 e GFAP. Um novo método para medir protofibrilas no líquor demonstrou forte correlação com biomarcadores de neurodegeneração, sugerindo seu papel na disfunção sináptica. No estudo AHEAD 3‑45, completado em outubro de 2024, o biomarcador plasmático p‑tau217 mostrou correlação com PET amilóide, reforçando seu potencial como ferramenta de triagem.
FDA aceita pedido para autoinjentor subcutâneo de Lecanemab – 03 de julho de 2025
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Detalhes do estudo
A FDA aceitou o pedido de licença biológica (BLA) para a formulação subcutânea de lecanemab-irmb (Leqembi) por autoinjetor, destinado à manutenção semanal em pacientes com Alzheimer precoce. A data alvo para decisão (PDUFA) está marcada para 31 de agosto de 2025.
Se aprovado, Leqembi será o primeiro tratamento anti-amiloide para Alzheimer disponível para administração em casa via injeção subcutânea, com o autoinjetor levando cerca de 15 segundos por dose. Após fase inicial por via intravenosa (IV quinzenal), os pacientes passarão a receber doses semanais de 360 mg por via subcutânea para manter os benefícios clínicos e dos biomarcadores.
O ensaio pivô Clarity AD, a administração subcutânea demonstrou remoção de placas de amilóide cerca de 14% maior do que a via IV após 6 meses em análise preliminar. A exposição farmacocinética (AUC) por via subcutânea mostrou-se bioequivalente (90%) à via IV, (dentro dos limites de 80–125%). A administração subcutânea reduz a necessidade de visitas hospitalares ou punções IV, otimiza o conforto do paciente e pode aumentar adesão ao tratamento. Embora ambos os métodos apresentem taxas similares de ARIA (anormalidades nas imagens por amilóide), os dados indicam equivalência de segurança entre IV e subcutâneo .
Gantenerumab reduz risco em portadores de mutação genética – 01 de julho de 2025
Demonstração de ~50% no risco de demência em portadores com mutações genéticas.
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Detalhes do estudo
O estudo foi uma extensão aberta (open-label extension) de longo prazo da fase 2/3 DIAN‑TU, testando gantenerumab em pacientes com doença de Alzheimer de início precoce e causador genético (DIAD). Participaram 55 indivíduos (mITT), incluindo tanto pacientes com sintomas como assintomáticos, tratados com gantenerumab por até 4 anos, com acompanhamento de marcadores de cognição, PET‑PiB e biomarcadores no líquor .
A extensão demonstrou redução significativa no acúmulo de placas de amilóide no cérebro, conforme avaliação por PET‑PiB (centiloids) em comparação com o início da extensão . Biomarcadores no líquor melhoraram: aumento no Aβ42/40, redução nos níveis de tau total, tau fosforilado (p‑tau181) e neurofilamento leve (NfL), indicando impacto na neurodegeneração.
Pacientes assintomáticos mantiveram-se estáveis ou apresentaram melhora leve em testes cognitivos ao longo dos 4 anos, possivelmente devido a efeitos de familiaridade com os testes. Pacientes sintomáticos ou que converteram continuaram a declinar cognitivamente, conforme esperado. Autópsias mostraram menor acúmulo de amilóide em várias regiões cerebrais (frontal, temporal, parietal e etc) em relação aos controles, confirmando os achados por PET e líquor. O gantenerumab, em alta dose por longo prazo (até 4 anos), remove placas de amilóide e melhora biomarcadores de tau e neurodegeneração em portadores da forma hereditária do Alzheimer. Os efeitos cognitivos permanecem claros em indivíduos assintomáticos, sugerindo um potencial benefício preventivo. Estes resultados fornecem evidência de que a terapia anti-amilóide pode modificar o curso biológico da doença em populações de alto risco e auxiliar na prevenção do Alzheimer sintomático.