Descobertas do mês de Maio
Hippocampal subfields: volume, neuropathological vulnerability and cognitive decline in Alzheimer’s and Parkinson’s disease – 30 de maio de 2025
Analisa quais sub-regiões do hipocampo são mais vulneráveis na progressão da doença.
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O estudo “Protein co-aggregates of dense core amyloid plaques and CSF differ in rapidly progressive Alzheimer’s disease and slower sporadic Alzheimer’s disease”, publicado em 27 de maio de 2025, analisou casos de Alzheimer de progressão rápida (rpAD) comparados à AD esporádica (spAD) mais lenta, usando técnicas proteômicas (LC‑MS/MS) em amostras cerebrais fresh‑frozen e fluido cerebroespinhal (CSF).
Foram identificadas 1 841 proteínas no cérebro, sendo 463 exclusivas de rpAD, e uma sobreposição de 1 283 proteínas entre os métodos fresh-frozen e FFPE. Destas, 243 proteínas mostraram expressão significativamente diferente entre rpAD e spAD: 160 diminuíram e 83 aumentaram em rpAD, incluindo proteínas chave como MAPT (tau), APP, SNCB e CLU. Análises de Gene Ontology revelaram três principais alterações:
Regulação epigenética e silenciamento gênico
Processos metabólicos e regulação de RNA
Reparos de DNA e organização de telômeros
O perfil proteômico de rpAD é marcadamente diferente do spAD, caracterizado por uma ruptura sistêmica dos sistemas de manutenção celular, com falha na proteostasia, função lisossomal, resposta imune e integridade sináptica.
A distinção entre rpAD e spAD foi observada por meio de dois métodos de preparação de amostras, reforçando a robustez dos achados.
Essas proteínas podem servir como biomarcadores promissores para prognóstico e seleção de pacientes em ensaios clínicos, com potencial para distinguir tipos de progressão mais rápida
Estudo sobre variação dentro da classe na detecção por IA – 27 de maio de 2025
Análise da heterogeneidade na detecção do Alzheimer via inteligência artificial.
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Este estudo aborda a detecção da Doença de Alzheimer (DA) por meio de modelos de aprendizado de máquina, destacando a variação dentro da classe (within-class variation) como um desafio crítico. Indivíduos com DA apresentam um espectro de déficits cognitivos, o que torna a classificação binária simplista insuficiente para capturar a heterogeneidade e o desequilíbrio entre instâncias. Os autores propõem duas abordagens: Soft Target Distillation (SoTD) e Instance-level Re-balancing (InRe), visando melhorar a sensibilidade e a precisão dos modelos de detecção de DA. Os experimentos realizados nas bases de dados ADReSS e CU-MARVEL demonstram melhorias significativas no desempenho dos modelos utilizando essas abordagens.
A detecção precoce e precisa da DA é fundamental para intervenções eficazes. A heterogeneidade dentro da classe de pacientes com DA pode levar a diagnósticos imprecisos se não for adequadamente considerada. As abordagens propostas, SoTD e InRe, oferecem soluções para lidar com essa variação, potencialmente aprimorando a acurácia dos modelos de detecção e, consequentemente, a eficácia das intervenções clínicas.
O estudo destaca que, apesar dos desafios em decodificar a relação entre alterações cerebrais e sintomas cognitivos, existem indicadores neuropatológicos que podem orientar diagnósticos mais precisos.
Essas descobertas reforçam a importância de integrar múltiplos biomarcadores e abordagens para compreender melhor a progressão da Doença de Alzheimer, o que pode levar a tratamentos mais direcionados e personalizados.
Avançar nesse entendimento é fundamental para desenvolver estratégias que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e retardar a evolução da doença.
Predicting and preventing Alzheimer´s – 29 de maio de 2025
Revisão sobre estratégias futuras para prever e prevenir doença.
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Este estudo revisa a relação entre as alterações neuropatológicas e o comprometimento cognitivo na Doença de Alzheimer, destacando a complexidade dessa interação e sugerindo que, apesar dessa complexidade, é possível prever o desenvolvimento da doença com base em biomarcadores e características neuropatológicas específicas.
A pesquisa enfatiza que, embora a relação entre as lesões neuropatológicas e os déficits cognitivos seja multifacetada, existem padrões consistentes que podem ser utilizados para prever o início da Doença de Alzheimer. A identificação precoce desses padrões pode permitir intervenções mais eficazes e personalizadas, visando retardar ou até prevenir o avanço da doença.
O estudo reforça a ideia de que, apesar da complexidade da Doença de Alzheimer, é possível identificar sinais precoces por meio da análise detalhada das alterações neuropatológicas. Essas descobertas oferecem um caminho promissor para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes, baseadas em uma compreensão mais profunda da doença.
NRTIs (medicamentos para HIV) reduzem risco de Alzheimer entre 6% e 13% por ano – 12 de maio de 2025
Análise de 270 000 adultos mostrou potencial preventivo do uso prolongado de NRTIs.
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Um estudo observacional analisou dados de mais de 270 000 adultos com 50 anos ou mais que estavam em uso de inibidores de transcriptase reversa análogos a nucleosídeos (NRTIs), um tipo de medicamento antirretroviral usado no tratamento de HIV e HIV/Hepatite B.
A análise foi feita a partir de dois grandes bancos de dados dos EUA (Veterans Health Administration e MarketScan), cobrindo até 24 anos de acompanhamento.
O uso contínuo de NRTIs foi associado a uma redução anual de 6 % a 13 % no risco de desenvolver Alzheimer, ajustado para diversos fatores clínicos. Estima-se que, globalmente, essa proteção poderia prevenir aproximadamente 1 milhão de casos de Alzheimer por ano. Os NRTIs parecem atuar bloqueando os inflamassomos, estruturas do sistema imune envolvidas na ativação de processos inflamatórios associados ao Alzheimer.
Os resultados sugerem que os NRTIs têm um potencial significativo para prevenção do Alzheimer, e defendem a realização de ensaios clínicos para investigar essa aplicação. A equipe de pesquisa também desenvolveu uma nova droga, chamada K9, com ação aprimorada contra inflamassomos e já em fase de testes para outras doenças, com planos de testá-la contra Alzheimer.
Lecanemab bem tolerado fora de ensaios clínicos – 12 de maio de 2025
Estudo mostra que lecanemab tem poucos efeitos colaterais graves em pacientes com Alzheimer leve.
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Detalhes do estudo
Este estudo retrospectivo avaliou a segurança e tolerabilidade do lecanemabe em pacientes ambulatoriais com Alzheimer leve a muito leve, fora do ambiente controlado de ensaios clínicos. Os pesquisadores analisaram dados de 234 pacientes tratados na clínica Memory Diagnostic Center da WashU Medicine.
O lecanemabe é um anticorpo monoclonal aprovado pela FDA em 2023 para o tratamento de Alzheimer leve a moderado. Ele atua removendo placas de proteína beta-amiloide no cérebro, um dos principais alvos terapêuticos na doença. Embora os ensaios clínicos tenham mostrado eficácia na desaceleração do progresso da doença, preocupações com efeitos colaterais, como inchaço cerebral (ARIA) e sangramentos, geraram hesitação entre pacientes e médicos.
O estudo reforça o potencial do masitinib como uma terapia modificadora da doença para a Doença de Alzheimer esporádica. Sua capacidade de melhorar a cognição e proteger contra danos neuronais, por meio de mecanismos imunológicos e neuroprotetores, representa uma abordagem promissora para o tratamento desta condição devastadora.