O que são radicais livres e como eles atuam na predisposição para o Alzheimer ?
O que são radicais livres e como eles atuam na predisposição para o Alzheimer ?
Bom, vamos entender ao certo o que são os radicais livres !
Radicais livres são moléculas que ficam instáveis por terem um número ímpar de elétrons, tornando-as reativas, ou seja, elas tentam “roubar” elétrons de outras moléculas para ficarem mais estáveis. Isso pode causar danos ao corpo, mas, ao mesmo tempo, elas têm funções importantes, como ajudar no combate a infecções, fazendo parte do sistema imunológico.
Quando estão em equilíbrio com outras moléculas chamadas antioxidantes, os radicais livres não causam grandes problemas. Porém, quando há um excesso de radicais livres e o corpo não consegue neutralizá-los com antioxidantes, isso pode gerar um processo chamado estresse oxidativo, que é prejudicial. O estresse oxidativo pode levar ao aparecimento de doenças, como câncer, doenças do coração, Parkinson e além de acelerar o envelhecimento de maneira negativa, podendo predispor a doença de Alzheimer.
Podemos gerar a produção desses radicais livres de maneira tóxica para o nosso organismo através de consumo de alimentos e falta de cuidado com a radiação UV (Ultravioleta). Aqui estão alguns exemplos, como:
• Alimentos com alto índice de gorduras trans/saturadas: São presentes em alimentos processados, frituras e produtos de panificação industrializados. O consumo excessivo desses tipos de gordura pode gerar um estresse oxidativo, que é um desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes.
• Alimentos ricos em açúcares refinados: O consumo de maneira desbalanceada pode levar a produção de radicais livres por conta do alto nível de glicose no sangue, ocasionando em um processo inflamatório gerando mais radicais no organismo.
• Alimentos processados e ultraprocessados: Alimentos como, salsicha, presunto, snacks, fast food e outros alimentos industrializados podem conter aditivos, conservem e substâncias que favorecem a produção de radicais livres.
• Radiação Ultravioleta: A exposição ao sol pode gerar radicais livres na pele, o que pode levar a danos celulares e envelhecimento precoce.
Por isso, entra a importância sobre adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e o uso de proteção solar, para ajudar a manter o controle sobre os radicais livres e minimizar seus efeitos negativos.
Os radicais livres desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença de Alzheimer, que é uma condição neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva de memória, habilidades cognitivas e alterações no comportamento.
As mitocôndrias, que são as “usinas de energia” das células, também são afetadas pelos radicais livres. No cérebro, as mitocôndrias dos neurônios são altamente vulneráveis ao estresse oxidativo. Quando essas mitocôndrias são danificadas, elas geram ainda mais radicais livres, criando um ciclo de dano celular contínuo. A disfunção mitocondrial também prejudica a produção de energia nas células nervosas, o que pode afetar a função cognitiva.
Nos neurônios, eles podem atacar diversas estruturas celulares importantes, como as membranas celulares, proteínas e DNA. Esse dano celular é prejudicial, pois os neurônios do cérebro são altamente sensíveis a qualquer tipo de estresse, e a integridade dessas células é crucial para o funcionamento normal do cérebro.
Na doença de Alzheimer, ocorre o acúmulo de placas de proteína amiloide-beta, que são formadas por proteínas mal dobradas que se depositam entre os neurônios e prejudicam a comunicação celular. Estudos sugerem que os radicais livres, ao causarem estresse oxidativo, contribuem para o dano das proteínas, fazendo com que elas se aglutinem e formem essas placas. Esse processo danifica as células nervosas e afeta a memória e a cognição, funções já comprometidas na doença.
Além das placas de amiloide, outra característica da doença de Alzheimer são os emaranhados neurofibrilares, formados pela proteína tau, que perde sua função normal e se aglomera dentro dos neurônios. O estresse oxidativo pode desencadear modificações na proteína tau, levando à formação desses emaranhados que interferem na função celular e contribuem para a morte neuronal.
O dano causado pelos radicais livres nos neurônios e nas estruturas cerebrais aumenta a formação de mais radicais livres, alimentando um ciclo vicioso de dano celular e neurodegeneração. Esse ciclo agrava a doença e acelera a progressão do Alzheimer, comprometendo cada vez mais as funções cognitivas e motoras.
A melhor maneira de prevenir começa com o cuidado com a alimentação. Através de alguns alimentos específicos, temos os antioxidantes, que são substâncias que neutralizam os radicais livres, prevenindo o estresse oxidativo. Alimentos ricos em antioxidantes ajudam a manter o equilíbrio no corpo, reduzindo a produção de radicais livres.
• Frutas e vegetais: Especialmente aqueles ricos em vitamina C (laranja, morango, kiwi), vitamina E (espinafre, abacate) e betacaroteno (cenoura, abóbora, manga).
• Frutos secos e sementes: Castanhas, nozes e amêndoas contêm vitamina E e selênio.
• Chá verde: Rico em catequinas, que ajudam a combater os radicais livres.
• Peixes ricos em ômega-3: Salmão, sardinha e atum, que têm propriedades anti-inflamatórias.
Outra forma de prevenção é através das mudanças na qualidade de vida. Uma dessas formas é justamente evitando o fumo e o consumo excessivo de álcool.
• Fumo: O cigarro é uma fonte significativa de radicais livres, além de outros produtos tóxicos que causam inflamação e danificam as células do corpo.
• Álcool: O consumo excessivo de álcool também pode gerar radicais livres e prejudicar o fígado, além de outros órgãos.
A prática de exercício físico regular pode melhorar a resposta antioxidante do corpo e ajudar a reduzir a produção excessiva de radicais livres. Exercícios como caminhada, corrida ou yoga ajudam a melhorar a circulação, reduzir o estresse e fortalecer o sistema imunológico. Além também de uma boa qualidade do sono, que tem um impacto direto na capacidade do corpo de se regenerar e combater o estresse oxidativo.
Outra forma de prevenção, é através da suplementação de antioxidantes ( vitamina C, vitamina E, selênio, zinco e coenzima Q10) que podem ser úteis, mas sempre com orientação médica, para garantir que não haja efeitos colaterais ou interação com outros medicamentos.
Referências:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15640483/
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12031889/
<https://even3.blob.core.windows.net/even3publicacoes- assets/tcc/2024070603334410687doencadealzheimereoestresseoxidativoqualainfluencia.pdf
<https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/063_radicaislivres.pdf
<https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/11/1343557/21705-texto-do-artigo-85713-1-10-20171127.pdf