Qual a relação da diabetes e da hipertensão com o Alzheimer ?
Qual a relação da diabetes e da hipertensão com o Alzheimer ?
Vamos compreender qual a relação entre essas patologias ?
A diabetes que tem relação com o Alzheimer é diabetes tipo 2 e sua conectividade é complexa e multifacetada, envolvendo uma série de fatores biológicos, metabólicos e genéticos que interagem de maneiras que ainda estão sendo profundamente investigadas. Sua relação começa justamente através da resistência a insulina, sendo um dos principais mecanismos envolvidos na sua conexão.
No diabetes tipo 2, as células do corpo se tornam menos sensíveis à insulina, o que leva ao aumento de glicose no sangue. No entanto, a insulina também é crucial para o funcionamento cerebral, e sua deficiência ou resistência dentro do cérebro pode afetar negativamente as funções cognitivas. No cérebro, a insulina desempenha várias funções essenciais, como:
• Promoção da sinapse e plasticidade neuronal: A insulina ajuda a promover a comunicação entre os neurônios, essencial para a memória e aprendizado.
• Controle do metabolismo neuronal: A insulina regula o uso de glicose no cérebro, fornecendo energia necessária para o funcionamento das células nervosas. Em indivíduos com resistência à insulina, essa capacidade de controlar a glicose cerebral é prejudicada. Além disso, o cérebro pode começar a usar outras fontes de energia (como ácidos graxos), o que não é tão eficiente quanto a glicose para a manutenção das funções cognitivas, contribuindo para déficits na memória e outras funções cognitivas.
Pesquisas sugerem que a resistência à insulina pode aumentar a produção de beta-amiloide e prejudicar a sua remoção. Em situações normais, o cérebro tem mecanismos para eliminar esse acúmulo, mas na presença de resistência à insulina, esse processo pode ser comprometido. Além disso, a insulina também desempenha um papel na regulação de enzimas que quebram a beta-amiloide e quando a insulina não funciona corretamente, essas enzimas não são tão eficazes, permitindo que a beta-amiloide se acumule ainda mais.
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica caracterizada por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue devido à resistência das células à insulina e/ou à incapacidade do pâncreas de produzir insulina suficiente para manter os níveis de glicose normais. Os sintomas comuns do diabetes tipo 2 são:
• Sede excessiva
• Micção frequente
• Fome constante
• Fadiga
• Visão turva
• Cicatrização lenta de feridas
• Formigamento ou dormência nas mãos e pés
Em alguns casos, o diabetes tipo 2 pode não apresentar sintomas evidentes por anos, e muitas pessoas podem ser diagnosticadas durante exames de rotina.
O diabetes tipo 2 por ser uma doença crônica, pode afetar uma variedade de grupos, mas há alguns fatores de risco que tornam certos públicos mais suscetíveis a desenvolvê-lo. Como por exemplo: idosos e adultos acima de 45 anos, pessoas com sobrepeso ou obesidade, portadores de HAS (hipertensão), dislipidémicos, histórico familiar presente e sendetários. O estilo de vida terá um impacto enorme na disseminação desta patologia, pois, uma boa qualidade de vida evita diveras comorbidades e assim evitará também que a pessoa seja predisponentente para tê-las.
Tanto o Alzheimer quanto o diabetes tipo 2 são caracterizados por inflamação crônica de baixo grau. A inflamação é uma resposta do sistema imunológico a diversos fatores, como infecções ou lesões. No entanto, quando essa inflamação se torna crônica, ela pode prejudicar o funcionamento do organismo.
No caso do diabetes, a inflamação crônica ocorre devido ao aumento de glicose no sangue, o que gera estresse oxidativo (dano causado pelos radicais livres às células). Esse estresse também afeta o cérebro, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. A inflamação no cérebro pode danificar os neurônios e favorecer o acúmulo de proteínas prejudiciais, como a beta-amiloide.
Outro ponto importante é a alteração no metabolismo de lipídios observada no diabetes tipo 2. O colesterol elevado e outros lipídios podem contribuir para a formação de placas no cérebro e para a degeneração neuronal. Pesquisas mostram que pessoas com diabetes tipo 2 apresentam níveis elevados de colesterol lipoproteína de baixa densidade (LDL) e diminuição do colesterol lipoproteína de alta densidade (HDL), o que aumenta o risco de placas vasculares e cerebrais. Além disso, o aumento de lipídios no cérebro pode contribuir para o processo de neurodegeneração, piorando os sintomas do Alzheimer.
Assim, percebemos que uma doença acaba levando a outra, e por isso a importância de ficarmos atentos ao pequenos sinais e também cuidar-se de forma geral.